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Dionísio Banaszewski, especializado em dependências químicas, diz que atacante precisa de "trabalho mais longo de abstinência" para se recuperar no francês Le Havre

Por Curitiba
"Entre o sucesso e a lama, dinheiro, problemas, invejas, luxo, fama". O trecho da música Nego Drama, do grupo de rap Racionais Mc's, poderia ser a trilha sonora da vida do atacante Adriano. Entre glórias e frustrações, holofotes e polêmicas, o Imperador negocia com o Le Havre, da segunda Divisão da França, e tenta juntar os cacos para dar um novo rumo à sua carreira. Nos últimos dias, o Ministério Público do Rio de Janeiro acusou o jogador de envolvimento com o tráfico de drogas, mas a denúncia foi rejeitada pela justiça.
Temido pelos adversários, o carioca de 32 anos está sem jogar há seis meses, desde que deixou o Atlético-PR, seu último clube. Foi no Furacão que o jogador tentou voltar ao futebol, após dois anos longe dos gramados. No CT do Caju, o atacante treinou para recuperar a parte física, ficou "fininho", como definiu, foi aproveitado em alguns jogos e fez um gol, mas logo voltou à velha rotina de festas e sumiços, que provocaram a ruptura com o clube rubro-negro. 
Durante o período que esteve no Atlético-PR, Adriano foi acompanhado pelo psicólogo Dionísio Banaszewski, que coordenou o trabalho com o Imperador. Na opinião do profissional do clube, o primeiro passo é Adriano aceitar se recuperar. Dionísio, que é  especializado em dependências químicas, diz que o jogador precisa de um "trabalho mais longo de abstinência".
Adriano, Atlético-PR x The Strongest (Foto: Reuters)Adriano jogou apenas quatro jogos oficiais no Atlético-PR e fez um gol antes de voltar à velha rotina (Foto: Reuters)
- O que tem que fazer é recuperar o homem. O atleta só vai existir se o homem estiver apto a levar a vida para frente. Não vai existir o atleta se não se recuperar o homem. É o ser humano quem adoece - disse o psicólogo em entrevista ao GloboEsporte.com.
Veja abaixo a entrevista:
Pode ser que ele venha com alguma proposta diferente dessa vez. Se vier como ser humano, como o Adriano Leite Ribeiro, pode ser que dê certo. Mas se for como Imperador...
Dionísio Banaszewski, psicólogo do Atlético-PR
GloboEsporte.com: Você acredita que o Adriano possa voltar a jogar em alto nível?Dionísio Banaszewski: Poder (voltar a jogar) ele pode. O pouco que ele conseguiu fazer conosco foi voltar para o campo, mas não recuperando a força e, para isso, ele vai ter que fazer um trabalho mais longo de abstinência. Mas o ser humano é capaz, eu acredito nessa possibilidade. A única coisa é ele buscar ajuda adequada. Nós oferecemos aqui e ele não conseguiu, talvez não teve competência para aceitar. Não deixo de acreditar em nenhuma pessoa que passe por um processo de recuperação. Acredito em todo ser humano;
O que deu errado com o atacante no Atlético-PR? 
O buraco é mais embaixo. Quando você pensa em nessa situação, qualquer tipo de patologia, e até de dependência química, tem que ter uma aceitação e muita humildade. Ele é um jogador famoso, aquela coisa de ter sido um dos grandes astros do futebol brasileiro e mundial, mas se você ver é a mesma coisa que um cantor, um ator, um artista. A gente esquece que é também um ser humano. E esse alguém tem as suas coisas pessoais, não aquela pessoa que aparece toda hora na mídia, e de repente vive somente a persona. Quem bebe e faz algum tipo de destruição não é a persona. A persona apenas representa o potencial e a capacidade de uma pessoa. Muitas vezes é fácil, muitas vezes é difícil. A competência nós temos para tratar, mas isso sozinho não se faz, se a pessoa não quiser não tem como.
O fato de ele ir jogar na França pode ajudar nessa volta por cima?
Se ele vai se tratar aqui no Brasil ou na França, a questão não é o lugar, é ele querer e conseguir esse querer. A mudança física não altera em nada. Obviamente pode ser que ele venha com alguma proposta diferente dessa vez. Se vier como grande atleta, como ser humano, como o Adriano Leite Ribeiro, pode ser que dê certo. Mas se for como Imperador...
ADriano é recebido por empresários do Atlético-PR (Foto: Divulgação)Dionísio Banaszewski (primeiro da esquerda para a direita), ao lado de Adriano, do presidente Mario Celso Petraglia e do vice-presidente do Atlético-PR, Luiz Salim Emed (Foto: Divulgação)
Na sua opinião, o problema de Adriano é emocional, motivacional ou físico?
Uma é consequência da outra. Motivo cada um arruma o seu, todos têm motivo para fazer, as pessoas encontram os motivos e as justificativas, mas é totalmente emocional, a decisão é emocional. Não existe outra alternativa que não seja essa, depois a iniciativa vai ser consequente. A partir do momento que ele tratar o emocional vai encontrar o equilíbrio dentro disso e vai fazer a recuperação física.

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