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Em entrevista ao Esporte Espetacular, Mão Santa fala sobre tratamento

de um câncer no cérebro e lembra os momentos históricos pela seleção

Por GLOBOESPORTE.COMRio de Janeiro
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Oscar Schmidt enfrentou muitos adversários difíceis nos 32 anos em que jogou basquete. Alguns pareciam invencíveis, e a força de vontade fez o maior cestinha da história fez superá-los. Agora, dez anos após parar de jogar, ele enfrenta outro adversário, desta vez mais assustador: o câncer. Porém, engana-se quem pensa que ele entregou os pontos. A alegria e o desejo de vencer sempre acompanham aquele que se acostumou a superar barreiras. Para sair dessa, ele optou até por fazer tratamentos além do tradicional da medicina.
- Quimioterapia e radioterapia têm que fazer com disciplina, e também estou indo a Campinas fazer o tratamento espírita. Apesar de ser católico, também gosto. E está tudo muito bem. Estou fazendo até gol de cabeça. Estou liberadaço (para jogar futebol), você acha que sou maluco? Perguntei antes para o médico, que só disse para tomar cuidado com as cabeçadas. A bola vem e eu pá, pá! É a minha melhor jogada - brincou Oscar.
A fé é a grande aliada de Oscar, que encontrou-se com o Papa Francisco no Rio de Janeiro, durante a passagem do pontífice na cidade para a Jornada Mundial da Juventude. O ex-jogador lembra com carinho da ocasião, sem perder o bom humor.
- Foi um dos momentos mais emocionantes da minha vida, senão o mais emocionante. Eu disse: "Se não ficar curado agora, não fico mais". E o Papa é impressionante. O primeiro argentino humilde que conheci.
Oscar descobriu o câncer há dois anos, quando estava nos Estados Unidos. Ele voltou para o Brasil e fez a operação no dia seguinte, retirando um tumor benigno, do tamanho de uma laranja. Um ano e meio depois, o tumor havia voltado no mesmo lugar, desta vez bem menor e mais agressivo. Ele teve que passar por uma nova cirurgia.
 Oscar Schmidt entrevista luta câncer arquivo (Foto: Marcos Alves / Agência O Globo)Oscar Schmidt mostra tranquilidade ao falar sobre drama pessoal (Foto: Marcos Alves / Agência O Globo)
- O médico falou que a chance de ser maligno era grande. Eu perguntei quanto. Ele falou 70%, e eu respondi: "Mentiroso, você já sabe que é 100%". Operei e agora estou aqui fazendo três tratamentos - contou.
Mão Santa tem no sorriso fácil uma das forças para continuar vivendo, por isso arruma tempo para lembrar da carreira. As partidas marcantes não saem da cabeça. Tanto para o bem, quanto para o mal. No dia 23 de agosto de 1987, a seleção conquistava uma vitória épica em cima dos Estados Unidos, por 120 a 115, em Indianápolis, e ficava com a medalha de ouro dos Jogos Pan-Americanos. Por outro lado, a derrota para a União Soviética, nas Olimpíadas de Seul, na Coréia do Sul, trazem amargura até hoje.
Oscar Schmidt (Foto: Arquivo Pessoal)Oscar gosta jogar futebol (Foto: Arquivo Pessoal)
- Aquela vitória eu não troco por nada na vida. Pode juntar aí as cinco Olimpíadas, os Mundias, não troco por nada. Mas a derrota para União Soviétia dói até hoje. Jogo no pau o tempo todo, e eu arrebentei (naquele jogo). Fiz quarenta e seis pontos contra o melhor time. Já tinha empatado o jogo com uma cesta milagrosa. Vou para o ataque de novo. Quando faltavam cinco segundos, era a bola do jogo, e em vez de fazer aquele chute, fui para dentro, não apertaram falta, não fizeram nada, e errei o arremesso. Nós perdemos. Isso está entalado até hoje. Porque o idiota aqui deveria ter arremessado de três para ganhar o jogo - lembrou.

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